Quando usamos as emoções?

As nossas emoções nos orientam quando estamos diante de certas situações ou impasses e quando temos de tomar providências importantes, quase sempre usamos somente a razão.

Muitas são as situações, entre elas destaco algumas: situações de perigo; experimentação da dor causada por uma perda; necessidade de não perder a perspectiva apesar dos percalços; ligação entre pessoas; formação de uma família; entre outras.

Cada tipo de emoção que vivenciamos nos predispõe para uma ação imediata, onde cada uma sinaliza para uma direção.

À medida que evoluimos como seres humanos, algumas situações se repetiram, e essas repetições ajudaram a criar o repertório emocional utilizado para garantir a sobrevivência da nossa espécie.

Isso se consolida ainda mais pelo fato desse repertório ter ficado gravado no sistema nervoso humano como inclinações inatas e automáticas dentro de nós.

Uma visão da natureza humana que ignore ou deixe de lado o poder das emoções é infelizmente míope.

Como se sabe, quando se trata de moldar decisões e ações, a emoção pesa e as vezes, mais do que a razão.

Quantas vezes falamos que estamos agindo pela emoção e não pela razão!

Quando usamos as emoções

As emoções dão significados e conexões para a vida, é uma forma de comunicação entre as pessoas e todas as emoções possuem um papel fundamental:

  • Sentir amor nos traz proteção, acolhimento, vínculos.
  • A alegria promove sensação de satisfação, podendo criar e fortalecer laços entre as pessoas.
  • A tristeza nos faz ter pensamento reflexivo podendo até mesmo a ter uma mudança de comportamento.
  • A raiva transmite ameaça, perigo, mas também permite a proteção e defesa de alguém ou de si mesmo.
  • O medo nos faz fugir, lutar ou congelar, portanto, o papel do medo é a preservação da vida e avaliação do risco.
  • O nojo preserva a saúde do organismo.

Diante disto, chegamos à conclusão de que não existe emoção boa ou ruim, melhor ou pior, todas as emoções são necessárias e fazem parte da nossa vida.

As tendências biológicas para agir são moldadas por nossas experiências e cultura, mas a maneira como demonstramos ou contemos as emoções em momentos íntimos, é moldada pela cultura, fazemos o que é esperado que façamos.

Daniel Goleman fala que na verdade temos duas mentes, a que raciocina e a que sente, mas que interagem na construção de nossa vida mental.

A mente racional é o modo de compreensão, em termos gerais, temos consciência, está mais atento e é capaz de ponderar e refletir.

A mente emocional é a que responde de forma mais impulsiva e poderosa, às vezes ilógica, mais intensa, podendo ser mais dominante em alguns casos.

Essas duas mentes, a emocional e a racional, na maior parte do tempo operam em estreita harmonia, entrelaçando os modos de conhecimento para que nos guie no mundo.

O ideal é que tenhamos essas duas mentes em equilíbrio, com a emoção alimentando e informando as operações da mente racional, e a mente racional refinando e as vezes vetando a entrada das emoções.

Mas as duas são semi-independentes e quando surgem as paixões esse equilíbrio se desfaz e a mente emocional assume o comando, inundando a mente racional.

O importante é deixarmos a emoção surgir e prestar atenção quando usamos as emoções, e assim verificar, refletir e pensar em como lidar com as emoções de alta intensidade.

Dessa forma, podermos elaborar melhor as alternativas que temos para conseguir chegar às resoluções dos problemas.

À medida que conseguimos lidar com a nossa capacidade de gerenciar os sentimentos, demonstramos nossa inteligência emocional, pois controlar as emoções é essencial para o desenvolvimento de cada um.

Observar as emoções e como elas se manifestam é um grande recurso para entendermos a nossa bagagem interna e obtermos melhorias em nossos relacionamentos e consequentemente, melhorar a nossa qualidade de vida.

Como andam suas emoções? Se gostou, deixe seus comentários abaixo e compartilhe esse texto com algum amigo ou amiga.

Até a próxima!

Silvana D'Avino

Atua há mais de 25 anos na área de atendimento clínico em Psicologia e Psicanálise. Graduada em Psicologia pela FMU e Psicanálise pelo IBCP (Instituto Brasileiro de Ciências e Psicanálise), com diversas especializações: Psicoembriologia, Coach Psico Orgânico, Grafologia, MBA em Gestão de Pessoas, Psicologia Analítica (Jung), Orientação Profissional, Psicologia Hospitalar