A ideia aqui é refletir um pouco como nós fomos afetados pelos efeitos da pandemia e pelo isolamento social.
Podemos pensar que cada um foi afetado da sua maneira, pois cada um é de um jeito, traz uma forma de ser e de sentir e é exatamente isso que veremos mais abaixo no texto.
Questão de afeto
Para algumas pessoas há maiores graus de emoções e sofrimentos sentidos e para outros, nem tanto.
O que tenho percebido é que os afetos que estão mais presentes nas conversas entre as pessoas são:
- Dor
- Angústia
- Melancolia
- Medo
- Tristeza
- Raiva
- Inveja
Percebi não só afetos negativos, mas também os positivos como:
- Alegria
- Amor
- Solidariedade
- Saudades
Estes afetos são todos distintos e nos tocam, cada um à sua maneira.
“O afeto pode produzir uma ação em nós, uma potência de agir com atributos positivos, mas o contrário também é verdade, o afeto negativo diminui a potência e pode nos imobilizar.”
Segundo o psicanalista Sigmund Freud, as emoções com suas características de conflitos, sofrimentos, desejos são interligadas pelos afetos.
Portanto, são unidades estanques e isoladas porque estão em movimento em relação a vida e as relações pessoais.
Antes da pandemia, todos nós tínhamos uma rotina de trabalho, filhos nas escolas, cada um se ocupava de diferentes atividades.
Com o isolamento social, a rotina mudou radicalmente porque as pessoas passaram a ficar em casa, os espaços precisaram ser divididos, selecionadas as fontes de informações, a alimentação, e tudo o que não era rotina passou a necessitar de uma adaptação.
Conflitos
Com a dificuldade de fazer ajustes na nova realidade, sonhos foram interrompidos e romperam-se os laços sociais que estavam sendo formados, enfim, surgiram conflitos no campo familiar e afetivo.
Diante dos conflitos, há o processo de irritação que nos leva a raiva e nos afeta como um todo, muito além da nossa saúde mental, podendo também atingir a nossa saúde física.
Outro aspecto de sofrimento presente e intenso é a questão do trabalho, ou melhor, da falta de.
Muitas pessoas perderam suas posições de trabalho por conta da pandemia, e estão com dificuldade para sustentar a família.
Sendo assim, cada pessoa está enfrentando à sua maneira questões de incerteza em relação ao futuro, com sofrimentos emocionais, que abalam a saúde mental e física.
Um olhar para nós mesmos
Tenho notado ultimamente, pessoas que alegam ter saído mais fortalecidas da pandemia, ou seja, nem tudo foi tão ruim ou negativo.
Tudo depende de como você encara essa situação. Se para algumas pessoas está sendo muito difícil, para outras está sendo muito mais enriquecedor e transformador.
Algumas pessoas têm apontado a pandemia como um divisor de águas, revelando o melhor de cada um.
Pessoas puderam fazer novas atividades e que não tinham tempo antes para fazer, puderam dedicar-se aos estudos, ao trabalho, puderam fazer atividades físicas que antes não faziam, puderam estar com seus filhos, com sua família como nunca estiveram, curtir suas casas como nunca fizeram.
Isto tudo, são questões que precisamos refletir e, principalmente pensar em como estamos lidando com o momento de pandemia.
“Precisamos aproveitar o momento para olharmos para nós mesmos, perceber o que nos incomoda, e com o que lidamos de forma mais fácil. “
Aproveitar este momento para nos conhecer melhor, perceber o que gostamos e do que não nos agrada.
A crise foi mundial e afetou cada um de forma diferente, é natural.
Por isso, é preciso ter consciência da situação, perceber como estamos reagindo, o que estamos sentindo e até mesmo, pensar em pedir ajuda caso sinta a necessidade.
O importante é perceber os nossos sentimentos e afetos e cuidar para que possamos sair da pandemia mais fortes e confiantes.
Espero que tenha gostado do texto e que possa ser positivo para a sua vida!
* Ilustração da capa por StorySet